domingo, 5 de junho de 2016

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO


A história e o estudo da administração tiveram início no século XX, com a teoria da administração científica, em 1903, quando Taylor passou a dar ênfase em todas as tarefas dos operários da fábrica – nível operacional. Esta teoria também é conhecida como a teoria científica de Taylor. No quadro a seguir encontramos a evolução do pensamento administrativo:


PRINCIPAIS TEORIAS DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
  • Ano ---- Teoria
  • 1903 --- Administração Científica
  • 1909 --- Teoria da Burocracia
  • 1916 --- Teoria Clássica
  • 1932 --- Teoria das Relações Humanas
  • 1947 --- Teoria Estruturalista
  • 1951 --- Teoria dos Sistemas
  • 1953 --- Teoria Sociotécnica
  • 1954 --- Teoria Neoclássica
  • 1957 --- Teoria Comportamental
  • 1962 --- Desenvolvimento Organizacional
  • 1972 --- Teoria da Contingência


Frederik W. Taylor, em sua administração científica, procurou estudar e conhecer tudo o que acontecia no chão de fábrica – nível operacional. A administração científica (Taylor), com ênfase nas tarefas, é um desdobramento da abordagem clássica. Procurou dar ênfase nas atividades operacionais tentando descobrir: como, de que forma e em quanto tempo tudo era feito; bem como os resultados produzidos. Iniciou com a racionalização do trabalho dos operários ampliando para todas as atividades da empresa. Procurava acabar com o desperdício, a ociosidade e, ainda, reduzir os custos de produção – fatos provocados pelos operários. Para encontrar a colaboração dos operários, fixava prêmios de produção baseando-se no tempo padrão.

Na educação dos operários, Taylor descobriu a capacidade de apreenderem através da observação do trabalho dos companheiros, que desempenhavam as tarefas de diferentes maneiras e ferramentas. Neste momento surge a denominada ORG – Organização Racional do Trabalho. Chiavenato (2003, p. 57) a fundamenta nos aspectos a seguir:

  • Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos: procurava eficiência de produção e para tal era preciso observar os movimentos inúteis dos operários, a forma de selecionar e adaptá-los à tarefa, a facilidade no treinamento e produção pela especialização das atividades, evitar os gargalos de produção, definição de normas para executar o trabalho, e ainda, estabelecer uma base salarial e prêmios de produção.
  • Estudo da fadiga humana: evitando o uso de movimentos inúteis e fazer com que os movimentos úteis à produção sejam econômicos sob os aspectos fisiológicos. Esta fadiga pode estar associada ao uso do corpo humano, do material e das ferramentas do equipamento.
  • Divisão do trabalho e especialização do operário: A produção é dividida em etapas e o operário é especialista na sua função. Também se deve observar os gargalos de produção.
  • Desenho de cargos e de tarefas: dividia o trabalho (cargos) e apontava a especialização necessária a cada um dos cargos (tarefas). Trouxe como vantagens: o estabelecimento de pré-requisitos na admissão das pessoas nos cargos, reduzia custos com treinamento e desperdícios, facilitava a supervisão e aumentava a produtividade.
  • Incentivos salariais e prêmios de produção: foram criados para buscar a colaboração dos operários com a empresa e fazer com que seu trabalho seja executado dentro dos padrões de tempo previstos. A remuneração por tempo (mensal, diária ou por hora) não estimula o aumento da produtividade, assim a remuneração por produção (peça) cria um estímulo salarial. Ganha mais quem produz mais.
  • Conceito de Homo economicus: neste conceito de homem econômico, o homem procura o trabalho como um meio de ganhar a vida pelo salário que este trabalho lhe proporciona.
  • Condições ambientais de trabalho: também contribuem na eficiência produtiva, garantindo o bem-estar físico e a redução da fadiga: iluminação, conforto, deslocamento, transporte etc. Observa-se o arranjo físico de produção.
  • Padronização de métodos e de máquinas para que os resultados sejam os esperados, evitando o desperdício ou refugo do produto acabado.
  • Supervisão funcional: Taylor, contrário à centralização, tinha como organização por excelência a organização funcional, na qual cada homem deve limitarse à execução de uma única função. Cada função deveria ser supervisionada por diversas autoridades funcionais (relativo apenas à sua especialidade).

ABORDAGEM MICROSCÓPICA E MECANICISTA DA ADM. CIENTÍFICA



Além de Frederick Winslow Taylor (1856-1915), destacamos outros autores que contribuíram com a administração científica:

  • Carl Barth (1860-1939).
  • Henry Lawrence Gantt (1861-1919).
  • Harrington Emerson (1853-1931).
  • Frank Gilbreth (1868-1924).
  • Lílian Gilbreth (1878-1961).


Outro desdobramento da abordagem clássica está na teoria clássica, que se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria ter para ser eficiente. Henri Fayol (1841-1925), fundador da teoria clássica, partiu de toda a organização com o objetivo de garantir a eficiência em todas as partes envolvidas: seções, departamentos ou pessoas. A teoria clássica rapidamente suplantou a abordagem de Taylor.

Fayol afirma que toda organização deve apresentar as funções: técnicas, comerciais, financeiras, de segurança e contábeis. Todas estas cinco funções necessitam estar interligadas à função administrativa, constituindo o corpo da empresa. Fayol procurou estruturar as organizações em sua unidade de comando e cadeia escalar, conforme figura a seguir.

CADEIA DE COMANDO E CADEIA ESCALAR DE FAYOL


Para Fayol, os princípios gerais da administração consistem na (CHIAVENATO, 2003, p. 83):
  1. Divisão do trabalho.
  2. Autoridade e responsabilidade.
  3. Disciplina.
  4. Unidade de comando.
  5. Unidade de direção.
  6. Subordinação aos interesses individuais aos gerais.
  7. Remuneração do pessoal.
  8. Centralização.
  9. Cadeia escalar.
  10. Ordem.
  11. Equidade.
  12. Estabilidade do pessoal.
  13. Iniciativa.
  14. Espírito de equipe.


A teoria clássica ainda é a mais utilizada com os que iniciam na administração, pela forma simples e ordenada, tornando-se indispensável para compreender as modernas teorias de administração. A teoria clássica ainda é a mais utilizada com os que iniciam na administração, pela forma simples e ordenada, tornando-se indispensável para compreender as modernas teorias de administração, recebendo as seguintes críticas:

  • Abordagem simplificada da organização formal: pois não considera os aspectos psicológicos e sociais.
  • Ausência de trabalhos experimentais: os conceitos da teoria clássica se basearam no senso comum e nas observações, sem haver elementos de comparação.
  • Extremo racionalismo na concepção da administração: levaram a análise da administração à concepção de um conjunto de princípios universalmente aplicáveis, tudo era muito abstrato.
  • “Teoria da Máquina”: pela divisão mecanicista do trabalho.
  • Abordagem incompleta da organização: pois preocupou-se com a organização formal, sem considerar a organização informal.
  • Abordagem de sistema fechado: tratando a organização como tendo todos os seus elementos conhecidos por meio de variáveis previsíveis. Nada de diferente daquilo poderia acontecer.


Apesar de todas estas críticas, as teorias que surgiram tiveram como ponto de partida a teoria clássica para tentar uma posição diferente – os princípios de administração, a departamentalização e estrutura linear ou funcional e a racionalidade do trabalho nunca deixaram de existir.

A partir da ênfase nas tarefas, onde surge a administração científica clássica com o principal enfoque na racionalização do trabalho no nível operacional, a administração também seguiu com ênfase na estrutura, nas pessoas, no ambiente, na tecnologia e na competitividade.

O quadro a seguir sintetiza as principais teorias administrativas com seu enfoque:

ÊNFASE
TEORIA ADMINISTRATIVA
PRINCIPAIS ENFOQUES
Tarefas
Administração Científica
Racionalização do trabalho no nível
operacional.

Teoria Clássica
Teoria Neoclássica
Organização formal.
Princípios gerais da Administração.
Funções do administrador.
Estrutura
Teoria da Burocracia
Organização formal burocrática.
Racionalidade organizacional.

Teoria Estruturalista
Múltipla abordagem:
- Organização formal e informal.
- Análise intraorganizacional e análise
interorganizacional.

Teoria das Relações Humanas
Organização informal.
Motivação, liderança, comunicação e
dinâmicas de grupo.
Pessoas
Teoria do Comportamento
Organizacional
Estilos de Administração.
Teoria das Decisões.
Integração dos objetivos organizacionais e
individuais.

Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
Mudança organizacional planejada.
Abordagem de sistema aberto.
Ambiente
Teoria Estruturalista
Análise intraorganizacional e análise
ambiental.
Abordagem de sistema aberto.

Teoria da Contingência
Análise ambiental (imperativo ambiental).
Abordagem de sistema aberto.
Tecnologia
Teoria da Contingência
Administração da tecnologia (imperativo
tecnológico)
Competitividade
Novas Abordagens na
Administração
Caos e complexidade.
Aprendizagem organizacional.
Capital intelectual.
FONTE: Chiavenato (2003, p. 12)


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